A Administração Regional acompanhou na manhã desta sexta-feira (27), a ação dos fiscais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) na fiscalização de uma invasão na área 30 da Reserva Biológica do Guará (Rebio).
A operação, que atendeu a solicitação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), envolveu 18 fiscais, divididos em quatro grupos, que varreram 29 pontos da reserva.
Ao todo foram expedidos 18 autos de infração e um termo de apreensão (foi apreendido um galo de campina). Entre os autuados estão onze empreendimentos comerciais e industriais situados dentro da Reserva, que terão 10 dias para comparecer ao Ibram e apresentar as defesas. Elas serão analisadas pelo órgão, que decidirá as mediadas cabíveis a tomar.
Em um dos pontos da área 30, o que os fiscais encontraram foi uma pequena comunidade, com cerca de 20 famílias, entre adultos e crianças, vivendo em casebres de lona e madeira, no meio de muito lixo.
A área está com a vegetação degradada e fortes indícios de lançamento de resíduos de concreto na rede de águas pluviais que deságua no córrego do Guará.
Segundo o auditor fiscal do Ibram, Vitor Pereira, coordenador da equipe de fiscalização, “o grande dano ambiental verificado é que na região invadida a vegetação natural foi suprimida e os barracos erguidos, junto com todo o lixo existente, impedem a recomposição dela”.
Mas o fiscal alertou também para o quadro social existente. “É difícil retirá-los pelas suas características sociais e econômicas. Faremos um relatório para identificar a situação de forma completa, e encaminharemos aos órgãos sociais”, disse, referindo-se aos moradores que moram dentro da reserva, que não apresentavam nem condições de serem identificados civilmente como infratores ambientais.
O administrador do Guará, Carlos Nogueira, que acompanhou toda a operação de fiscalização, lamenta que a Administração, por força da legislação, não possa fazer muita coisa, mas espera que os órgãos sociais do GDF encontrem uma solução o mais breve possível para as famílias que estão no local.
Carlinhos constatou que as construções existentes no local estão impedindo a renovação da vegetação natural e o que o lixo trazido por eles está afetando diretamente o Córrego Guará. “Isso pode gerar, em curto espaço de tempo, sérios transtornos aos moradores do Distrito Federal”, disse Carlinhos.
A Reserva Biológica do Guará foi criada em 1988, abrangendo parte do antigo Parque do Guará (outra parte se tornou o Parque Ecológico Ezechias Heringer, ao sul). É uma área de proteção ambiental de 162 hectares, localizada na nascente e ao longo do Córrego Guará, entre as regiões administrativas do Guará e do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). É cortada pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG), que separa a parte sul (conhecida como área 29) da norte (área 30).
Sua vegetação é típica de cerrado, de região de mata ciliar. Junto ao Zoológico e à Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Riacho Fundo, compõe um importante corredor ecológico, que chega até o Lago Paranoá.
Participaram também da Operação: Secretaria de Operação Social (Seops), Terracap, Agefis, Administração do Guará e Polícia Militar.
Com informações da Ascom/Ibram
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