O Distrito Federal abordará 749 domicílios na primeira semana de coleta, uma média de 3 mil domicílios por mês
Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
Começa, nesta segunda-feira (4/5), a coleta por telefone da Pnad-Covid, uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em parceria com o Ministério da Saúde. Cerca de 2 mil agentes de pesquisa do IBGE já começaram a ligar para 193,6 mil domicílios distribuídos em 3.364 municípios de todos os estados do país.
“Nesta primeira semana de coleta, no Distrito Federal, 30 agentes da unidade estadual do IBGE entrarão em contato com 749 domicílios”, informou o coordenador da pesquisa no DF, Isac Gomes de Oliveira. Por mês, serão contatados cerca de 3 mil domicílios.
Para definir a amostra da nova pesquisa, o IBGE utilizou a base de 211 mil domicílios que participaram da Pnad Contínua no primeiro trimestre de 2019 e selecionou aqueles com número de telefone cadastrado.
Oliveira explica que a Pnad-Covid, embora apresente temas em comum com a Pnad Contínua, tem questionário menor. As entrevistas duram aproximadamente 10 minutos e os moradores que receberem o telefonema podem confirmar a identidade dos agentes de coleta por meio do site Respondendo ao IBGE, ou do telefone 0800 721 8181, informando a matrícula, RG ou CPF do entrevistador.
Os primeiros resultados têm divulgação prevista ainda em maio. “Nosso cronograma de coleta vai depender da extensão da pandemia, mas planejamos divulgar os resultados semanalmente, às sextas-feiras”, explica a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira. Ela ressalta que os dados para Brasil e grandes regiões serão disponibilizados semanalmente, enquanto as informações por estado serão mensais.
A pesquisa vai revelar a quantidade de pessoas que tiveram os sintomas de Covid-19, como febre, tosse, dificuldade de respirar, falta de paladar e olfato, fadiga, náusea e coriza. “Identificaremos a parcela da população que procurou atendimento e em quais tipos de estabelecimentos de saúde, dentre outras informações. Para os que não buscaram atendimento, vamos descobrir como trataram os sintomas”, explica Maria Lucia Vieira.
Nos casos de internação, será possível saber também se o paciente foi sedado, entubado ou colocado em respiração artificial com ventilador. Já nas situações em que não houve deslocamento até uma unidade de saúde, será perguntado se os moradores receberam, por exemplo, a visita de um profissional de saúde na residência ou se tomaram algum remédio com ou sem orientação médica.
A Pnad-Covid também vai acompanhar as mudanças no mercado de trabalho neste período de pandemia, abordando questões sobre a prática de home office, os motivos que impediram a busca por emprego e os rendimentos obtidos pelas famílias. Para ver o questionário da pesquisa, clique aqui.
Desde o início da pandemia, o IBGE tem adaptado suas atividades e forma de trabalho para continuar informando a sociedade e apoiando o enfrentamento à Covid-19. O Instituto também antecipou a divulgação de resultados de pesquisas com temas ligados à saúde, como os dados preliminares sobre óbitos em 2019 (Estatísticas do Registro Civil) e também sobre o deslocamento da população para cidades em busca de serviços de saúde (Regiões de Influência das Cidades). Além disso, foram disponibilizados mapas interativos para subsidiar o monitoramento e a contenção dos efeitos da Covid-19.
Sigilo das informações coletadas é garantido por lei
Todas as informações coletadas pelo IBGE têm sua confidencialidade garantida pela lei nº 5534/1968, que trata do sigilo da informação e garante que os dados só podem ser utilizados para fins estatísticos.
“Assim como na coleta presencial, o sigilo das informações dos moradores está garantido e são utilizados unicamente de forma estatística e agregada, sem identificação de nenhum deles. Os dados também não são entregues para nenhum outro órgão e seguem os Princípios Fundamentais das Estatísticas Oficiais da ONU”, afirma Maria Lucia Vieira.
O diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, conta como o Instituto está lidando com o isolamento social e como foi o processo de elaboração da Pnad-Covid. “Determinamos o fim da coleta presencial em 17 de março e, desde então, começamos uma discussão com os técnicos sobre a continuidade das pesquisas, assim como o eventual desenvolvimento de outros produtos. Foi assim que começou a tomar corpo a ideia da Pnad-Covid, uma pesquisa de qualidade desenvolvida em prazo tão exíguo, que só foi possível pela total mobilização de todas as diretorias do IBGE e da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence)”.
Pesquisa foi desenvolvida com apoio de especialistas de outras instituições
O IBGE está utilizando sua experiência em coleta por telefone de pesquisas econômicas, mas, para definir o melhor formato para a Pnad-Covid, o corpo técnico recebeu também apoio de especialistas em amostragem e em pesquisas telefônicas de outras instituições.
Veja os depoimentos de parte da equipe que contribuiu para o desenvolvimento da PNAD Covid na notícia completa da Agência IBGE.
A Pnad Contínua segue a coleta por telefone
A Pnad Contínua, com periodicidade de divulgação mensal, trimestral, anual e variável, continua ocorrendo paralelamente à Pnad-Covid. Segundo o coordenador da Pnad Contínua no DF, Marcelo Maia, a pesquisa foi projetada para ser realizada presencialmente. A coleta por telefone, portanto, já em prática desde o fim de março deste ano, traz novos desafios. Para manter a qualidade da pesquisa, é preciso que a sociedade se conscientize da importância da coleta. Os dados coletados pela Pnad Contínua ajudam, por exemplo, a visualizar os impactos da pandemia e das medidas de isolamento no mercado de trabalho.
“A nossa principal dificuldade é encontrar os moradores dos domicílios que não têm telefone nos nossos sistemas de registros. Para esses casos, estamos enviando uma carta ou telegrama solicitando que os moradores entrem em contato para realizar a entrevista. Por isso, pedimos a quem receber um telefonema ou uma correspondência do IBGE, entre em contato”, explicou Maia.
Pesquisas econômicas são realizadas via telefone e internet
As pesquisas econômicas mantiveram a abordagem via telefone e coleta pela internet. Conforme a servidora da Supervisão de Pesquisas por Empresas do DF Nicholli Oliveira, o ideal é que as empresas respondam ao questionário das pesquisas mensais o mais breve possível, para garantir a qualidade da informação.
Oliveira ressalta a importância dos dados e pede que as empresas continuem contribuindo com o levantamento estatístico, ainda que o momento seja difícil, pois essas informações também ajudarão o País a dimensionar os efeitos econômicos da pandemia. “Os dados coletados auxiliam a estimar importantes indicadores do país, como o PIB Nacional e Regional. Possibilitam a realização de estudos sobre os setores produtivos da economia brasileira (comércio, indústria e serviços) e o acompanhamento do comportamento conjuntural da atividade econômica, bem como das transformações dos setores produtivos ao longo do tempo”.
A coleta das pesquisas econômicas anuais começou a ser realizada em abril de 2020. Apesar de estarem em fase inicial de abordagem, as empresas podem, desde já, responder aos questionários via internet. Eles estão disponíveis em Questionários Eletrônicos. As empresas também podem consultar qual pesquisa anual devem responder, por meio do serviço Pesquisar sua Empresa, basta informar os oito primeiros dígitos do CNPJ.
Informações: IBGE
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